Seminário Internacional Economia Criativa, Cultura e Negócios (final)

Por fim, o encerramento do evento deu-se com o painel dedicado ao mercado do cinema, com Sharada Ramanathan - Índia e Martin Smith - Inglaterra, tendo a moderação de Leonardo Brant.

A cineasta indiana Sharada Ramanathan
Martin Smith
(Ingenious Media / West Bridge Consulting)
Toda oportunidade de conhecer um pouco mais sobre esse fascinante país que é a India é bem-vinda, especialmente se for através das lentes do seu cinema. Apesar da imensa produção de filmes, o mercado doméstico lá ainda é modesto, com apenas 12 salas por milhão de habitantes. A cifra é aproximadamente a mesma no mercado brasileiro, e cerca de 10 vezes maior nos EUA.

Assim, não surpreende que mais de 10% da arrecadação venha dos indianos e seus descendentes que vivem no exterior. Embora as dificuldades geradas pela expansão planetária da pirataria digital, as 400 produtoras locais projetam um crescimento de 10% ao ano no horizonte próximo. Os caminhos para isso devem passar pela diversidade de títulos, gêneros e agentes, evitando a concentração do mercado e consequente homogeneização da produção.

O mediador, Leo Brant
Consultor da empresa Ingenious Media, que já investiu mais de US$ 10 bilhões nas indústrias criativas, o britânico Martin Smith apresentou um panorama do setor sob o pouco usual ponto de vista dos investidores, ou seja, pessoas que aportam recursos visando o lucro.

Maior investidor privado da Europa, reunindo mais de 5000 sócios, os "ativos criativos" da Ingenious Media incluem principalmente filmes para cinema e TV, embora também apoiem a produção de música, teatro e editorial. A carteira de participações busca um equilíbrio entre potenciais blockbusters (que asseguram bom retorno financeiro, p.ex. Avatar) e produções independentes (das quais somente 1 em cada 10 dá retorno positivo, p.ex. O discurso do rei). Segundo Smith, a venda global de ingressos de cinema cresceu 3% no último ano (embora esteja em queda na América do Norte), apresentando bons motivos para ver o futuro com otimismo.

No entanto, para fortalecer esta perspectiva, os governos devem buscar estabelecer políticas fiscais adequadas, manter os investimentos públicos em infra-estrutura, adequar a legislação de direitos autorais e oferecer dados confiáveis e atualizados sobre as indústrias criativas.

Texto e Fotos: Álvaro Santi / Observatório da Cultura de Porto Alegre

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